Reajuste na conta de água pode pesar na taxa condominial. A regra é economizar.
*Com informações da Arsae A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) autorizou o reajuste de valor médio de 4,21% nas tarifas de água e esgoto da Copasa, válido desde o dia 1º de janeiro. O mesmo índice também foi concedido para a Samotracia Meio Ambiente, concessionária dos serviços de saneamento da área onde está localizado o Condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses em Nova Lima. Isso significa que uma das despesas mais caras dos condomínios vai aumentar e isso pode fazer com que as taxas também subam. Por isso, economizar água se tornou ainda mais necessário, especialmente nos prédios que ainda não fizeram a individualização da rede hidráulica. Vazamentos - A primeira medida a ser tomada para a redução do consumo é evitar o desperdício. Assim, o síndico deve providenciar uma análise e diagnóstico do encanamento do condomínio para verificar se há e corrigir possíveis vazamentos. A fuga de água não só encarece a conta além do necessário, como pode provocar trincas ou rachaduras na estrutura, podendo levar o edifício a colapsar. Individualização - O Sindicato dos Condomínios Comerciais, Residenciais e Mistos de Minas Gerais (Sindicon MG) recomenda ainda que os condomínios façam a individualização da água. Esse processo consiste em instalar medidores individuais para cada unidade, de forma que seja possível medir com precisão quanto cada uma consumiu, fazendo assim a cobrança proporcional. “Essa iniciativa se provou uma das mais eficientes para a redução do desperdício de água, porque, muita gente só se conscientiza da importância de economizar quando a conta chega. Quando o rateio é feito por igual, nem todos se preocupam com o consumo consciente, mas se dói no bolso, a história muda”, comenta o presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz. Conscientização - Além disso, as medidas mais comuns de conscientização sobre uso racional da água também continuam atuais. Fechar a torneira ao escovar os dentes, não tomar banhos demorados, não lavar áreas comuns e passeios com mangueira (dando preferência sempre para o balde) e reaproveitar a água da máquina de lavar para limpar áreas privativas são algumas delas. Entretanto, ainda que todas as medidas de redução de despesa tenham sido adotadas, o valor da conta não ceder, o síndico deve aumentar a taxa, se for necessário. “Eu sempre digo que o síndico bom não é aquele que não aumenta o valor do condomínio, mas sim aquele que não deixa as contas no vermelho”, afirma Carlos Eduardo. Por isso, caso seja necessário, é melhor que a taxa seja reajustada do que os compromissos financeiros do condomínio não sejam cumpridos. Copanor - Já para os municípios atendidos pela Companhia de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Copanor) a notícia é boa: houve redução de até 7,68% nas tarifas. De acordo com a Arsae, a redução é motivada por penalizações aplicadas à Copanor pelo descumprimento das metas de desempenho presentes no “Fator X”, um mecanismo tarifário que recompensa ou penaliza o prestador de serviços com base em seus resultados. Dentre as metas não alcançadas estão: o avanço aquém do desejado em relação ao tratamento de esgoto, a taxa de manifestações de falta de água e de descontinuidade, a taxa de reclamações de refluxo de esgoto no interior do imóvel e a Eficiência de Remoção de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). Como a Copanor não atingiu a meta estabelecida pelo Fator X, as penalidades tarifárias ultrapassam R$5 milhões deduzidos da tarifa que seria cobrada da população.