Aumenta o número de incêndios em condomínios durante a pandemia
No mês de agosto e já no início de setembro, uma série de incêndios em apartamentos assustou os síndicos de Belo Horizonte. Foram, pelo menos, quatro ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Na mais grave delas, um casal de idosos, morador do bairro Funcionários, na região centro-sul, sofreu queimaduras de segundo grau quando o apartamento pegou fogo, no dia 6 de setembro. Em outro caso, no dia 3 de agosto, sete carros ficaram destruídos durante um incêndio no bairro Luxemburgo, na região sul. Mas essas não foram as únicas ocorrências de incêndios em condomínios neste ano. Segundo dados dos bombeiros, de janeiro a julho de 2020, aconteceram 148 casos. Durante todo o ano passado, foram 325 ocorrências. Segundo o porta-voz da corporação, Tenente Pedro Aihara, parte das ocorrências registradas em 2020 se deve ao período de isolamento social, decretado em todo o estado por causa da pandemia de coronavírus. “Em relação ao isolamento social, do ponto de vista estatístico, considerando que há um aumento da quantidade de pessoas que estão permanecendo em casa e que também há um aumento considerável no tempo médio no qual as pessoas utilizam o ambiente doméstico, há sim uma relação de aumento nos acidentes relacionado às práticas do isolamento social”, diz ele. Aihara afirma ainda que “em tempos de home office, a execução de várias tarefas domésticas e laborais ao mesmo tempo, bem como a natural sensação de segurança pelo fato de estar em ambiente familiar, muitas vezes pode gerar uma postura negligente ou imprudente em relação à observância de regras de segurança”. Reformas - Além disso, muita gente aproveita os meses em casa para fazer pequenas reformas e instalar eletrodomésticos para tornar a vida mais confortável. Em prédios antigos, a rede elétrica pode não aguentar a sobrecarga e sofrer curtos circuitos, que dão início à maioria dos incêndios em residências. “Antes de instalar aparelhos que puxam muita energia, como ar condicionados, os condôminos devem verificar com os síndicos qual a situação da rede elétrica do prédio, cabendo aí desde a renovação em toda a rede e se não for possível, até a vedação da instalação desses aparelhos”, aconselha o presidente do Sindicon MG, advogado especializado em direito condominial, Carlos Eduardo Alves de Queiroz. Gambiarras - Em seu site, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), dá algumas dicas e orientações sobre como evitar problemas na rede elétrica de casa. De acordo com o texto, uma das principais regras é evitar “gambiarras” ao instalar equipamentos. As ligações mal feitas geram sobrecarga no sistema, podendo levar a acidentes. Também é preciso que os síndicos reforcem junto às famílias a necessidade de manter crianças longe de aparelhos elétricos e de fogões, assim como, observarem e auxiliarem os idosos, para que eles também não se envolvam em acidentes.